As dobras as vestes a pele
tecidos finos revestem a orfandade do mundo.
A marca humana mancha o discurso
como tatuagem
Pequeno abrigo de significantes.
A caligrafia vibra para que se ouça a dor
roçar o asfalto
tecer correntes que arrastem o abandono do corpo
feito trapo pelas calçadas.
A pele o sentido as palavras
são belezas que não salvarão o mundo.
*Fernanda Fatureto é poeta e jornalista. Autora de Ensaios para a queda (Penalux, 2017).